terça-feira, 29 de setembro de 2009

FORÇA ESTRANHA - Roberto Carlos


Eu vi um menino correndo
Eu vi o tempo
Brincando ao redor
Do caminho daquele menino...

Eu pus os meus pés no riacho
E acho que nunca os tirei
O sol ainda brilha na estrada
E eu nunca passei...

Eu vi a mulher preparando
Outra pessoa
O tempo parou prá eu olhar
Para aquela barriga
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou
O sol que atravessa essa estrada
Que nunca passou...

Por isso uma força
Me leva a cantar
Por isso essa força
Estranha no ar
Por isso é que eu canto
Não posso parar
Por isso essa voz tamanha...

Eu vi muitos cabelos brancos
Na fonte do artista
O tempo não pára e no entanto
Ele nunca envelhece...

Aquele que conhece o jogo
Do fogo das coisas que são
É o sol, é o tempo, é a estrada
É o pé e é o chão...

Eu vi muitos homens brigando
Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada
Vontade encoberta
E a coisa mais certa
De todas as coisas
Não vale um caminho sob o sol
E o sol sobre a estrada
É o sol sobre a estrada
É o sol...

Por isso uma força
Me leva a cantar
Por isso essa força
Estranha no ar
Por isso é que eu canto
Não posso parar
Por isso essa voz, essa voz
Tamanha...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

REFLEXÃO PARA A SEMANA


" O homem trava uma luta constante para chegar à luz,
quer saiba disso ou não. Quando digo luz, estou me
referindo a luz da verdade, à verdade da felicidade. Pois,
quando está com a verdade, o homem é necessariamente
feliz. Quando perde a verdade, é sempre porque ele busca
soluções muito mais complicadas do que a verdade. Ele
olha muito além de onde está a resposta."


Fonte ( PW 131)

domingo, 27 de setembro de 2009

ROSA DE HIROSHIMA - Vinícius Moraes/ Gerson Conrad



Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

VEVECOS, PANELAS E CANETAS - Milton Nascimento


Eu não tenho compromisso, eu sou biscateiro
Que leva a vida como o rio desce para o mar
Fluindo naturalmente como deve ser
Não tenho hora de partir nem hora de chegar.
Hoje eu estou de bem da vida, tô no meu caminho
Respiro com mais energia o ar do meu país
Eu invento coisas e não paro de sonhar
Sonhar já é alguma coisa mais que não sonhar.
Para quem não me conhece eu sou brasileiro
Um povo que ainda guarda a marca interior
Para quem não me conhece eu sou assim mesmo
Um povo que ainda olha com pudor
Que ainda vive com pudor.
Queria fazer agora uma canção alegre
Brincando com palavras simples boas de cantar
Luz de vela, rio, peixe, homem, pedra, mar
Sol, lua, vento, fogo, filho, pai e mãe, mulher.
Para quem não me conhece eu sou brasileiro
Um povo que ainda guarda a marca interior
Para quem não me conhece eu sou assim mesmo
Um povo que ainda olha com pudor
Que ainda vive com pudor.
Queria fazer agora uma canção alegre
Brincando com palavras simples boas de cantar
Luz de vela, rio, peixe, homem, pedra, mar
Sol, lua, vento, fogo, filho, pai e mãe, mulher.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

MENSAGEM DO DIA


" O que Deus quer de todos e de cada um, como o
primeiro passo, antes que se possa realizar e dar a
outros, é o autodesenvolvimento, a autopurificação
e o autoconhecimento. É o ato de rasgar as
máscaras, de rasgar todas as auto-ilusões, a respeito
de si mesmo e dos motivos exteriores".

(PW017)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

QUANDO ELA FALA - Machado de Assis



Quando ela fala, parece
Que a voz da brisa se cala;

Talvez um anjo emudece
Quando ela fala.

Meu coração dolorido
As suas mágoas exala,
E volta ao gozo perdido
Quando ela fala.

Pudesse eu eternamente,
Ao lado dela, escutá-la,
Ouvir sua alma inocente
Quando ela fala.

Minha alma, já semimorta,
Conseguira ao céu alçá-la,

Porque o céu abre uma porta
Quando ela fala.

FEITO PARA HOMENS, DEDICADO AS MULHERES

"Esse texto foi escrito em 2002 em Maricá-Itaipuaçu-RJ


Que fique o texto, pelas gerações que virão.
Que as mulheres possam ocupar seu espaço, sem competir com os homens.
Que os homens possam se comportar como homens sem machucá-las.


Homem quando és semente apenas
É no corpo de uma mulher que germinas…

Quando nasces chorando
É nos braços de uma mulher
Que te acalmas…

Quando sentes fome
E nos seios de uma mulher
Que te sacias…

Quando tentas andar
É com auxílio de uma mulher
Que arriscas os primeiros passos…

Quando começas a falar
É uma mulher quem te ensina
As primeiras palavras…

Quando te preparas para enfrentar a vida
É uma mulher quem te incentiva
E te molda o caráter…

Quando começas a despertar para o amor
É uma mulher
Quem te faz sonhar…

Quando sentes solidão
É uma mulher que procuras
Para ser tua companheira
Ao longo da vida.

Quando te multiplicas é uma mulher
Que dá luz aos teus filhos
Dando continuidade
A tua descendência.

Quando enfim…
Entenderás,
Que a mulher compartilha com a natureza
A criação da própria vida…

Quando enfim, entenderás,
Que dependes dela.

Respeite-a!
Ame-a!
Proteja-a!

E certamente te sentirás,
Mais homem.


De: Adna Maria Ferreira de Souza

Recebido de: Elisabeth Flausino Rodrigues


Mensagem "colada" do blog: www.luzespirita.net/

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

OBRIGADA


Obrigada Jesus
por mais um bom dia

Obrigada Jesus
pelas graças
que estamos alcançando.

Mesmo fisica e mentalmente cansados
te agradecemos e reverenciamos
de pé.

Oh! Bondade, oh! Carinho
oh! Cuidado, oh! Amor
oh! Zelo.

Que assim seja!

PAI NOSSO

Pai nosso que estais no céu
Na luz do céu infinito
Pai de todos os aflitos
Neste mundo de escarcéus.

Santificado, Senhor,
Seja Teu nome sublime
Que em todo o Universo exprime
Concórdia, ternura e amor;

Venha ao nosso coração
O teu reino de bondade,
De paz e caridade,
Na estrada da redenção;

Cumpra-se Teu mandamento
Que não vacila e nem erra,
No céu como em toda terra,
De lutas e sofrimentos;

Perdoa-nos, Senhor,
Os débitos tenebrosos,
De passados escabrosos,
De sofrimentos e de dor;

Auxilia-nos, Senhor,
Nos sentimentos cristãos,
A amar nossos irmãos
Que vivem distantes do bem,

Com a proteção de Jesus;
Livra nossa alma do erro,
Deste mundo de desterro
E distante da Tua luz;
Que a nossa ideal igreja,
Seja o altar da caridade,
Onde se faça a
Vontade de vosso amor.

Que assim seja!

AVE MARIA

Ave Maria, cheia de graça,

o Senhor é convosco,

bendita sois entre mulheres

bendito é o fruto

que do vosso ventre, nasceu o pequeno Grande Jesus.


Santa Maria, Mãe de Jesus,

roga a Deus por nós, pecadores,

hoje, agora e sempre.


Que assim seja!

BEYLA GENAUER


Beyla Genauer atriz e escritora é dona de um estilo único com perfeita pessoalidade.
Pega nas palavras com uma força que vem das entranhas mesmas da escritora e atira-as na cara do livro, sem pensar em diminuir o ímpeto das denuncias que faz.
O fato de ter sido uma excelente atriz de teatro, que interpretou grandes peças, inclusive de Tchecov, no Rio de Janeiro, em Israel e Nova York, aluna que foi de Stella Adler, influiu na dramaticidade com que nos examina a todos, homens e mulheres de seu tempo, nas transformações por que vivemos passando a partir das muitas guerras que tivemos depois de 1914.

Em três livros, “Galo de Chagall”, “O Lobo”, e “Levantar vôo”, conseguiu Beyla Genauer retratar um tempo no que ele tem de mais trágico, o de uma solidão inserida na multidão, em cenas que poderiam ter acontecido em qualquer outra época, mas que, na de hoje, assumem caráter mais sério porque refletem uma série de pequenas tragédias cercadas por todo conforto da tecnologia moderna.Tudo isto num estilo direto, castigante, sem desconversa, que, em determinados momentos, usa o palavrão, e atinge o plano da ternura, apesar da convicção de que não há saída possível para a solidão de cada um dentro de cada um.

“Galo de Chaga”, lançado por Massao Ohno Editor, tem capa de Glauco Rodrigues, ilustrações da própria autora e prefácio de Antonio Carlos Vilaça.

“Levantar vôo”, lançado pela Philobiblion Prosa brasileira 18 tem capa de Carlos Scliar, prefácio de Olga Savary e orelha de Virgilio Moretzohn Moreira.

“O Lobo” aparece sob a égide Editora Book-Link capa da autora, prefácio de Rodrigo de Souza Leão, Orelha de Inez Barros de Almeida.

Vale a pena conferir".

Fonte: www.jaymecopstein.com.br

terça-feira, 22 de setembro de 2009

MÃES SÓ MORREM QUANDO QUEREM - Cora Coralina ( desconheço o autor)


“Eu tinha 7 anos quando matei minha mãe pela primeira vez.
Eu não a queria junto a mim quando chegasse à escola em meu 1º dia de aula.

Eu me achava forte o suficiente para enfrentar os desafios que a nova vida iria me trazer.

Poucas semanas depois descobri aliviado que ela ainda estava lá, pronta para me defender não somente daqueles garotos brutamontes que me ameaçavam, como das dificuldades intransponíveis da tabuada.

Quando fiz 14 anos eu a matei novamente.

Não a queria me impondo regras ou limites, nem que me impedisse de viver a plenitude dos vôos juvenis.

Mas logo no primeiro porre eu felizmente a redescobri viva foi quando ela não só me curou da ressaca, como impediu que eu levasse uma vergonhosa surra de meu pai.

Aos 18 anos achei que mataria minha mãe definitivamente, sem chances para ressurreição.

Entrara na faculdade,iria morar em república, faria política estudantil, atividades em que a presença materna não cabia em nenhuma hipótese.

Ledo engano: quando me descobri confuso sobre qual rumo seguir voltei à casa materna, único espaço possível de guarida e compreensão.

Aos 23 anos me dei conta de que a morte materna era possível, apenas requeria lentidão…

Foi quando me casei, finquei bandeira de independência e segui viagem.
Mas bastou nascer a primeira filha para descobrir que o bicho mãe se transformara num espécime ainda mais vigoroso chamado avó.

Para quem ainda não viveu a experiência, avó é mãe em dose dupla…

Apesar de tudo continuei acreditando na tese da morte lenta e demorada, e aos poucos fui me sentindo mais distante e autônomo, mesmo que a intervalos regulares ela reaparecesse em minha vida desempenhando papéis importantes e únicos, papéis que somente ela poderia protagonizar…

Mas o final dessa história, ao contrário do que eu sempre imaginei, foi ela quem definiu:
quando menos esperava, ela decidiu morrer.
Assim, sem mais, nem menos, sem pedir licença ou permissão, sem data marcada ou ocasião para despedida.

Ela simplesmente se foi, deixando a lição que mães são para sempre.

Ao contrário do que sempre imaginei, são elas que decidem o quanto esta eternidade pode durar em vida, e o quanto fica relegado para o etéreo terreno da saudade..
Não sei… Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,

Mas sei que nada do que vivemos Tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:

Colo que acolhe,
Braço que envolve,

Palavra que conforta, silêncio que respeita,
Alegria que contagia, lágrima que corre,

Olhar que acaricia, desejo que sacia,

Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura…

Enquanto durar".

domingo, 20 de setembro de 2009

PRIMAVERA - Cecília Meireles



A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.


Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

PRIMAVERA - Olavo Bilac



Ah! quem nos dera que isso, como outrora,

inda nos comovesse! Ah! quem nos dera

que inda juntos pudessemos agora

ver o desabrochar da primavera!

Saíamos com os passaros e a aurora,

e, no chão, sobre os troncos cheios de hera,

sentavas-te sorrindo, de hora em hora:

"Beijemo-nos! amemo-nos! espera!"

E esse corpo de rosa recendia,

e aos meus beijos de fogo palpitava,

alquebrado de amor e de cansaco....

A alma da terra gorjeava e ria...

Nascia a primavera...E eu te levava,

primavera de carne, pelo braço!

domingo, 13 de setembro de 2009

RECEITA DE DOMINGO - Paulo Mendes Campos








Ter na véspera o cuidado de escancarar a janela. Despertar com a primeira luz cantando e ver dentro da moldura da janela a mocidade do universo, límpido incêndio a debruar de vermelho quase frio as nuvens espessas. A brisa alta, que se levanta, agitar docemente as grinaldas das janelas fronteiras. Uma gaivota madrugadora cruzar o retângulo. Um galo desenhar na hora a parábola de seu canto. Então, dormir de novo, devagar, como se dessa vez fosse para retornar à terra só ao som da trombeta do arcanjo.

Café e jornais devem estar à nossa espera no momento preciso no qual violentamos a ausência do sono e voltamos à tona. Esse milagre doméstico tem de ser. Da área subir uma dissonância festiva de instrumentos de percussão – caçarolas, panelas, frigideiras, cristais anunciando que a química e a ternura do almoço mais farto e saboroso não foram esquecidas. Jorre a água do tanque e, perto deste, a galinha que vai entrar na faca saia de seu mutismo e cacareje como em domingos de antigamente. Também o canário belga do vizinho descobrir deslumbrado que faz domingo.

Enquanto tomamos café, lembrar que é dia de um grande jogo de futebol. Vestir um short, zanzar pela casa, lutar no chão com o caçula, receber dele um soco que nos deixe doloridos e orgulhosos. A mulher precisa dizer, fingindo-se muito zangada, que estamos a fazer uma bagunça terrível e somos mais crianças do que as crianças.

Só depois de chatear suficientemente a todos, sair em bando familiar em direção à praia, naturalmente com a barraca mais desbotada e desmilingüida de toda a redondeza.

Se a Aeronáutica não se dispuser esta manhã a divertir a infância com os seus mergulhos acrobáticos, torna-se indispensável a passagem de sócios da Hípica, em corcéis ainda mais kar do que os próprios cavaleiros.

Comprar para a meninada tudo que o médico e o regime doméstico desaconselham: sorvetes mil, uvas cristalizadas, pirulitos, algodão doce, refrigerantes, balões em forma de pingüim, macaquinhos de pano, papaventos. Fingir-se de distraído no momento em que o terrível caçula, armado, aproximar-se da barraca onde dorme o imenso alemão para desferir nas costas gordas do tedesco uma vigorosa paulada. A pedagogia recomenda não contrariar demais as crianças.

No instante em que a meninada já comece a “encher”, a mulher deve resolver ir cuidar do almoço e deixar-nos sós. Notar, portanto, que as moças estão em flor, e o nosso envelhecimento não é uma regra geral. Depois, fechar os olhos, torrar no sol até que a pele adquira uma vida própria, esperar que os insetos da areia nos despertem do meio-sono.

A caminho de casa, é de bom alvitre encontrar, também de calção, um amigo motorizado, que a gente não via há muito tempo. Com ele ir às ostras na Barra da Tijuca, beber chope ou vinho branco.

O banho, o espaçado almoço, o sol transpassando o dia. Desistir à última hora de ver o futebol, pois o nosso time não está em jogo. Ir à casa de um amigo, recusar o uísque que este nos oferece, dizer bobagens, brigar com os filhos dele em várias partidas de pingue-pongue.

Novamente em casa, conversar com a família. Contar uma história meio macabra aos meninos. Enquanto estes são postos em sossego, abrir um livro. Sentir que a noite desceu e as luzes distantes melancolizam. Se a solidão assaltar-nos, subjugá-la; se o sentimento de insegurança chegar, usar o telefone; se for a saudade, abrigá-la com reservas; se for a poesia, possui-la; se for o corvo arranhando o caixilho da janela, gritar-lhe alto e bom som: never more.

Noite pesada. À luz da lâmpada, viajamos. O livro precisa dizer-nos que o mundo está errado, que o mundo devia, mas não é composto de domingos. Então, como uma espada, surgir da nossa felicidade burguesa e particular uma dor viril e irritada, de lado a lado. Para que os dias da semana entrante não nos repartam em uma existência de egoísmos.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

MEMEI




Mãezinha Querida,
venho falar-te a sós.

Sei que te ocultas na humildade, como se não fosses a nossa heroína de cada dia, entretanto, estás escondida entre nós,
qual estrela brilhante na escuridão!...

Ante os poemas de louvor com que te honram a bênção, entro no santuário da memória para lembrar-te. E recolho, na concha da saudade,
as canções com que me guardaste o berço, as palavras de ternura com que me deste apoio aos primeiros passos, o aconchego de teu colo
e o veludo de tuas mãos...

Mas revejo, igualmente, o olhar agoniado com que recebias o golpe de nossos erros e o teu silêncio misturado de lágrimas,
quando nosso gesto impensado te buscava ferir.
Nunca falaste em perdão, porque nunca te detiveste nas nossas faltas, para seres em nossa estrada somente amor.
Sei agora, contudo, quantas cruzes invisíveis de sofrimento
te algemamos no coração...

Os dias passaram, ensinando-me o alfabeto da experiência no livro de tua própria renúncia e eis-me aqui, de alma renovada,
para exaltar-te a glória desconhecida.

Quisera ofertar-te os mais belos tesouros do mundo, no entanto, Mãezinha, o ouro da terra é simples metal duro e frio, quando se trata de brindar uma estrela... Trago-te, assim, as flores do meu afeto,
para que o perfume da minha oração de enternecimento e alegria desfaleça de amor aos teus pés, no trono de sacrifício em que
Deus te coloca. E estendendo os meus braços,
sequiosos de teu carinho, repito, de novo, em preces
– Estrela divina, envolve-me em tua luz!...


MEIMEI

Amigo que me protege:


Não relegues minha querida mãezinha ao esquecimento.


Ajude-me, ajudando-a


Sou a flor que promete fruto.


Ela é a árvore que me abriga.


Sem a seiva que socorre, meu destino é a frustração.


Sou a corrente que se move para o futuro.


Ela é a fonte que me alimenta.


Se o veneno da terra poluir o manancial que me nutre, ainda que eu não deseje, espalharei no

solo da vida a perturbação e a morte.


Lembra-te de que a Mãezinha é a ternura que me afaga, o carinho que me levanta, a voz que me abençoa e o regaço que me acalenta...


Como poderia reconfortar-me, sem lhe ver nos olhos o fulgor da alegria?


Irmão que me estendes o braço amigo, não venho a sós ao teu encontro.


Não derramarás tua luz em minha taça de esperança.


Olvidando na sombra a mão que me ergue.


Toma-me o coração em teu coração, mas não desprezes o coração da Mãezinha, o cofre de Amor e Luz, talhado em meu auxílio, pelo coração Paternal de Deus.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

JUAN FRANCISCO CASAS

Trabalhos do artista Juan Francisco Casas, feitos com caneta BIC.

http://www.juanfranciscocasas.com/

domingo, 6 de setembro de 2009

GRETE STERN




Uma das maiores descobertas dos últimos tempos foi o trabalho da Grete Stern.


Grete nasceu em 1904 na Alemanha e cursou fotografia alguns semestres na Bauhaus. Depois de emigrar para a Inglaterra e finalmente para Buenos Aires, passa a produzir fotomontagens para a seção “El Psicoanálisis le ayudará”, da revista feminina Idílio. Semanalmente, Grete ilustrava essa seção dedicada as leitoras que enviavam seus sonhos a fim que fossem interpretados.

Talvez um dos grandes méritos de Grete seja a forma delicada de suas metáforas, aliada a técnicas de laboratório e edição, que permitiram um trabalho tão rico e minucioso muito antes do computador.

PANTERA - Rainer Maria Rilke


No Jardin des Plantes, Paris

De tanto olhar as grades seu olhar
esmoreceu e nada mais aferra.
Como se houvesse só grades na terra:
grades, apenas grades para olhar.

A onda andante e flexível do seu vulto
em círculos concêntricos decresce,
dança de força em torno a um ponto oculto
no qual um grande impulso se arrefece.

De vez em quando o fecho da pupila
se abre em silêncio. Uma imagem, então,
na tensa paz dos músculos se instila
para morrer no coração.

CANÇÃO BÊBADA - Dante Milano


Estou bêbedo de tristeza,
De doçura, de incerteza,
Estou bêbedo de ilusão,
Estou bêbedo, estou bêbedo,
Bêbedo de cair no chão.

Os que me virem caído
Pensarão que estou ferido.
Alguém dirá: “Foi suicídio!”
“É um bêbedo!” outros dirão.

E ficarei estirado,
Bêbedo, desfigurado.

Talvez eu seja arrastado
Pelas ruas, empurrado,
Jogado numa prisão.

Ninguém perdoa o meu sonho,
Riem da minha tristeza,

Bêbedo, bêbedo, bêbedo,

Em mim, humilhada a glória,
Escarnecida a poesia,

Rasgado o sonho, a ilusão
Sumindo, a emoção doendo.

E ficarei atirado,
Bêbedo, desfigurado.

sábado, 5 de setembro de 2009

ABRA SUAS ASAS - João Carlos Assumpção



"Dar um sentido para a vida. Amar e ser amado. Deixar uma marca de sua passagem pelo mundo. Ver uma parte de si se propagar pelo tempo. Enfim, vencer a sensação de finitude. É para isso que as pessoas têm filhos, e é por isso, também, que se adota uma criança. Essa constatação pode espantar quem vê os pais adotivos como uma espécie de herói, gente caridosa que decidiu abrir as portas da própria casa para uma criança abandonada. Adoção não tem nada a ver com caridade, e pais adotivos não podem ser vistos como pessoas especiais. São pais como quaisquer outros, que cometem os mesmos erros e pecam pelas mesmas ansiedades.

É claro que, no momento da adoção, existe uma boa dose de desejo de ajudar, um sentimento de amor ao próximo. Mas altruísmo nenhum dura a vida inteira, que é o tempo de uma relação de pai e filho, afinal de contas. A adoção, é verdade, não deixa de ser um ato de solidariedade, mas, ao adotar, os pais também querem atender a uma necessidade própria, preencher um vazio interior, seja ele qual for. Se estão se dando a oportunidade de ajudar um ser humano, estão, antes de mais nada, ajudando a si próprios. Se por um lado quem adota devolve à criança o direito de ter um pai ou uma mãe, ela lhes oferece a preciosa função de educar, de dar e receber amor. Permite orientar e aprender com o desenvolvimento da criança, uma experiência que pode ser muito construtiva e exige um bocado de dedicação.

Porque, como diz Fernando Freire, psicólogo da Associação Brasileira Terra dos Homens, que trabalha com crianças e adolescentes em situação de risco, a adoção é antes de tudo uma atitude frente à vida e seus desafios, uma atitude de quem sabe que o amor é uma das poucas coisas que, quanto mais partilhado, mais cresce.

Nem mais, nem menos

Um filho adotivo não dará aos pais nem receberá deles amor maior ou menor que um filho biológico.A mulher é predisposta a gerar e a cuidar do filho, mas, em uma gestação não planejada, por exemplo, ela também tem que decidir cuidar da criança e amála. Também é uma escolha, assim como acontece na adoção, diz Gabriela Schreiner, diretora-executiva do Cecif, centro que auxilia organizações que desenvolvem trabalhos de apoio à convivência familiar. Segundo ela, a paternidade e a maternidade podem ser indesejadas, mas não a paternagem ou a maternagem, ou seja, o exercício do papel de pai ou de mãe. Não se ama mais um filho porque ele é biológico ou adotivo. Ama-se porque o pai ou a mãe tem capacidade de amar, independentemente de o filho ter sido gerado pelo casal ou não.

Quer dizer, não é porque uma mulher teve um filho que vai amá-lo.Tem de ter disposição e capacidade para fazê-lo.Essa questão de instinto materno nunca foi comprovada cientificamente. Como em qualquer relação, o amor é construído, diz Gabriela.

O conceito de paternidade não deixa de ter um quê cultural.Não são poucas as tribos indígenas em que as crianças pertencem ao grupo, não aos pais. Em certos povos africanos, jovens são criados por tios, primos, avós, fazendo estes o papel de pais. E, se a preocupação é com o caráter antinatural da adoção, é bom saber que ela existe em outras espécies animais, como os golfinhos, conhecidos por sua inteligência e bom nível de comunicação. Entre eles, qualquer filhote é do grupo, não dos pais, e toda fêmea pode amamentá-lo.

Se você achou estranho ler, lá no primeiro parágrafo, que pais adotivos também querem ver uma parte de si se propagar pelo tempo, saiba que isso acontece, sim. Não são os genes que se propagarão, é claro, mas a cultura familiar e pessoal não é herança pouca. Cláudia Barcellos e Altair Araújo, que adotaram uma criança de 4 anos e meio na região de Cotia (SP), contam uma situação curiosa, que costuma acontecer algumas vezes, mesmo em adoções tardias. Depois de um tempo ela até começou a se parecer conosco, principalmente comigo.

Em adoções bem-sucedidas, o fenômeno não é incomum. Muitas crianças adotadas acabam adquirindo características de seus pais, como o jeito de sorrir, a maneira de falar ou até a de andar, afirma Gabriela.

Amar faz bem à saúde

E aí está, na verdade, a chave da questão. Como diz o psicoterapeuta italiano Piero Ferrucci, autor do livro A Arte da Gentileza, estimular qualidades humanas como afeto, gentileza e compaixão faz bem. Pessoas gentis são mais saudáveis, mais amadas e produtivas. Vivem mais e são mais felizes, enfim.

Quem adota,portanto,pode se sentir assim, o que não deixa de gerar certas dúvidas, que são colocadas pelo próprio Ferrucci. O italiano faz uma ponderação interessante sobre o assunto, que depois ele mesmo responde: Suponhamos que sejamos gentis para nos sentirmos melhor e vivermos mais. Não estamos, então, distorcendo a própria natureza da gentileza, fazendo algo de forma calculada e em interesse próprio? A resposta:Não importa.A gentileza dá sentido e valor à vida, elevanos acima de nossas dificuldades e lutas e nos transmite inefável bem-estar.

A adoção tem como base um desejo primordial do ser humano, que é amar e ser amado. Como diz Ferrucci, só podemos estar bem se formos capazes de cuidar uns dos outros, de amar uns aos outros.

Num tom mais forte e radical, no livro Quando Nietzsche Chorou, o psiquiatra Irvin D. Yalom também toca no assunto, dando voz, em determinados momentos, à tese de que o ato de amar é movido por um lampejo egocêntrico. Jamais alguém faz algo totalmente para os outros, todas as ações são autodirigidas, todo serviço é autoserviço, todo amor é amor-próprio. Exagero? Talvez, mas grupos como o Cecif levam isso em consideração e cuidam para que essa busca incessante pelo preenchimento de um vazio interior não atrapalhe o processo.

Foco na criança

Quem adota deve levar em conta não só suas próprias aspirações, mas também as da criança que é adotada. Quem alerta para o risco de o pai ou a mãe de uma criança adotiva pensar apenas nos seus anseios é a terapeuta de família Márcia Lopes de Camargo. A adoção não pode se transformar simplesmente em um tapa-buraco existencial. Ela também deve ser voltada para a criança, com quem assumimos a responsabilidade de cuidar e educar.Devemos criá-la em um meio seguro, para que ela cresça numa família, e não nos preocupar apenas em atender à satisfação de uma necessidade pessoal, encobrindo uma dor que deveria ser por nós mesmos trabalhada, para o nosso próprio crescimento, diz.

O norte-americano Robert Klose, professor de biologia que adotou um menino da Rússia, concorda com ela. A adoção é uma troca, uma relação construída no dia-a-dia, em que você tem que estar preparado para o melhor e para o pior. Para adotar, não basta ter o desejo, a vontade. Tem que ter muita disposição.Até porque, no caminho, os pais costumam ter muitas surpresas.Assim como quem tem filhos biológicos, não conhecemos todos os ingredientes, entramos numa região desconhecida e temos de ter disposição para enfrentar os obstáculos que certamente aparecerão. Na adoção, como na vida, toda história é única, diz o biólogo.

Com que idade?

Em geral, pais preferem filhos recém-nascidos. E é natural que seja assim. Afinal, eles querem participar de toda a vida da criança.Mas aos poucos essa exigência vem cedendo espaço, e cada vez mais crianças de 2, 4, 10, 13 anos estão ganhando pais. Para Gabriela Schreiner, isso não faz diferença no sucesso da adoção. Em um longo estudo sobre o tema, a psicóloga Lidia Natalia Weber, do Paraná, uma das maiores especialistas do Brasil no assunto, fez entrevistas com 1 000 casais que haviam adotado entre 1996 e 1999. Descobriu que 95% das adoções tardias deram certo.

O grande diferencial de uma adoção tardia é o cuidado que os pais devem ter ao lidar com o histórico anterior do filho, diz Gabriela. Ou seja, os problemas enfrentados pela criança nos primeiros anos de vida pré-adoção. Há vítimas de maus-tratos, violência, atraso escolar, dificuldade de confiar nas pessoas, baixa auto-estima, entre outros. Além de muito carinho, a ajuda de profissionais, como psicólogos, fonoaudiólogos e educadores, dependendo do caso, pode ser fundamental.

É o caso de Robert Klose, o norteamericano que foi até a Rússia adotar, para quem todo o processo, que pode ser mais demorado do que os nove meses de uma gestação, vale a pena. No livro Adopting Alyosha (Adotando Alyosha, inédito no Brasil), em que ele conta a história da adoção da criança, lembra que, quando tinha 7 anos, queria muito crescer logo para virar um adulto.Agora que chegou lá, percebeu que a espera foi válida. É que tinha a seu lado um menino de 7 anos, vindo do outro lado do mundo, a quem podia chamar de filho".


Para saber mais:

- Por uma Cultura da Adoção para a Criança Grupos, Associações e Iniciativas de Apoio à Adoção, Gabriela Schreiner, Consciência Social

- A Arte da Gentileza As Pessoas Mais Gentis São Mais Felizes e Bem-sucedidas, Piero Ferrucci, Elsevier

- Os Bichos Ensinam, Odir Cunha, Códex

- 101 Perguntas e Respostas Sobre Adoção, Cecif

- Adopting Alyosha A Single Man Finds a Son in Russia, Robert Klose, University Press of Mississippi


Fonte: vidasimples.abril.com.br/

Setembro/2005

IF YOU COULD REMEMBER

If you could remember

Remeber days of our lives
We spent in height
Like on a love which never dies
If you could remember
Remember lips touching warm
Turning to one remember
Falling stars of love
But remember love is pain
My eyes are filled with teardrops
Memories are coming back
Bringing the songs of yesterday
Can’t you remember love
The grass was greener
The sky above so blue
There was no rain
Laughing, loving, was our way of life
Please tell me that you
Remember love


Se você pudesse lembrar
Lembrar os dias de nossas vidas
Que nós passamos nas alturas
Como num amor que nunca morre
Se você pudesse lembrar
Lembrar dos nossos lábios quentes se tocando
Transformando-se numa única lembrança
De estrelas cadentes de amor
Mas lembre-se que o amor é dor
Meus olhos estão cheios de lágrimas que caem
Lembranças estão voltando
Trazendo as canções do passado
Amor você lembra?
Como a grama era mais verde
E o céu tão azul
Não havia chuva
Rindo, amando, assim era nossa vida
Por favor amor, diga-me que você se lembra

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

MOTHER - JOHN LENNON



Mãe, você me teve, mas eu nunca a tive
Eu te quis, você não me quis
Então eu, eu apenas tenho que lhe falar
Adeus, adeus,
Pai, você me deixou, mas eu nunca o deixei
Eu precisei de você, você não precisou de mim
Então eu, eu apenas tenho que lhe falar
Adeus, adeus,
Crianças, não façam o que eu fiz
Eu não pude caminhar e eu tentei correr
Então eu, eu apenas tenho que lhes falar
Adeus, adeus,
Mamãe não vá
Papai vem para casa

ANOTHER BRICK IN THE WALL - Pink Floyd


O papai voou pelo oceano

Deixando apenas uma memória

Foto instantânea no álbum de família

Papai, o que mais você deixou para mim?

Papai, o que você deixou para mim?

Tudo era apenas um tijolo no muro

Todos são somente tijolos na parede

"Você! Sim, você atrás das bicicletas, parada aí, garota!

"Quando crescemos e fomos à escola

Havia certos professores que

Machucariam as crianças da forma que eles pudessem(oof!)

Despejando escárnio

Sobre tudo o que fazíamos

E os expondo todas as nossas fraquezas

Mesmo que escondidas pelas crianças

Mas na cidade era bem sabido

Que quando eles chegavam em casa

Suas esposas, gordas psicopatas, batiam neles quase até a morte

Não precisamos de nenhuma educação

Não precisamos de controle mental

Chega de humor negro na sala de aula

Professores, deixem as crianças em paz

Ei! Professores!

Deixem essas crianças em paz!

Tudo era apenas um tijolo no muro

Todos são somente tijolos na parede

REPETE"

Errado, faça de novo!"

"Se você não comer sua carne, você não ganha pudim.

Como você pode ganhar pudim se não comer sua carne?

"Você!

Sim, você atrás das bicicletas, parada aí, garota!

Eu não preciso de braços ao meu redor

E eu não preciso de drogas para me acalmar

Eu vi os escritos no muro

Não pense que preciso de algo, absolutamente

Não!

Não pense que eu preciso de alguma coisa afinal

Tudo era apenas um tijolo no muro

Todos são somente tijolos na parede

CHARLES CHAPLIN


“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem apalusos.”

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

MAU HUMOR













frasesilustradas.wordpress.com/
Agora, neste exato momento, estou tão mau humorada, tão mau humorada mas tão mau humorada que até penso que NUNCA vou melhorar!!!

ALÉCIO DE ANDRADE

Bem relacionado no cenário cultural o fotógrafo carioca Alécio de Andrade passou suas últimas quatro décadas de vida em Paris. Lá, fez 12000 fotos do Louvre. Oitenta e oito desses registros estão reunidos no Instituto Moreira Salles. Eles captam os momentos de interação entre o público e as obras expostas. Alécio enxergava os visitantes como atores de um grande teatro. Em suas imagens, há, por exemplo, casais apaixonados, crianças correndo, um guarda entediado ao lado da Mona Lisa e esculturas no papel de personagens. O momento mais mágico, no entanto, é um divertido flagra de três freiras diante da pintura As Três Graças, de Jean-Baptiste Regnault.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

ALTO ASTRAL - Dadi / Mu / Evandro Mesquita


Nasce um dia lindo pra viajar
Frutas, queijo e um beijo pela manhã
Clara a luz, a paz me faz voar
Tudo em cima e dentro sigo feliz
Vejo o sol que sai de traz do mar
Lindo, vindo sempre a iluminar
Sempre assim, natural
Naturalmente, alto astral

Vejo o sol que sai de traz do mar
Lindo, vindo sempre a iluminar
Sempre assim, natural
Naturalmente, alto astral

E brilhar no ar, na terra e o mar
Estar bem com você em qualquer lugar
Muito som, muita cor, axé
Muita fé e seja o que deus quiser
E saber que algo vai mudar
Toda violência acabar
Todo dia conquistar esse sonho
Alto astral

terça-feira, 1 de setembro de 2009

CAPITÃO - Chico Buarque


Brasil

quem é que seria o dono da Amazônia

e por aqui quem viveria

se a Guanabara explodisse em gás e sangue?

Seria outra a nossa História.

Inda bem,

quem ama a vida não vai ser agora matador

quem ama a selva não vai ser agora lenhador

quem ama o índio não vai ser agora caçador


Brasil

teu capitão não aceita a ordem de matar

nosso capitão não aceita quem quer te entregar

o capitâo não aceita a ordem da matança

Inda bem,

quem ama a vida prefere o ofício de salvar

quem ama a terra prefere o ofício de sonhar

quem ama mesmo prefere o ofício de amar


Brasil

teu capitão não aceita a ordem de matar

nosso capitão não aceita quem quer te entregar

o capitão não aceita a morte da esperança

Inda bem,

quem ama a vida prefere o ofício de salvar

quem ama a terra prefere o ofício de sonhar

quem ama mesmo prefere o ofício de amar.