O consumo de drogas tornou-se avassalador e destruidor pelo mundo, quase sem exceções.
Mesmo locais classificados como de melhor qualidade de vida não conseguem combater o tráfico e, em consequência, aumenta o número de usuários.
Apenas para exemplificar, Sydney e Melbourne, na Austrália; Helsinque, na Finlândia; Montreal e Vancouver, no Canadá, classificadas entre as dez cidades de excelência para viver, enfrentam o problema.
Em Montreal, em passeio pela cidade, em ônibus turístico, belo e gramado parque é objeto de exclamações e fotos.
Tarde de sol, temperatura amena no verão canadense, pessoas deitadas na verde grama. Bucólico quadro.
O ônibus para alguns minutos. O motorista-guia quebra o encanto, em tom irônico: -“Aqui, eles deitam na grama e fumam a grama”... Se era para ser um gracejo, ninguém riu.
Dias antes, em Vancouver, o contato próximo com cenas de jovens sob efeitos de drogas causou perplexidade e tristeza.
Manhã de sábado. Antigo bairro de Gastown. Jovem magérrima caminha trôpega pela calçada. Agita braços e mãos, escabela-se, como se quisesse afastar seres invisíveis que a atacam. Cai. Tenta levantar. Cai outra vez. Sangue escorre pelas pernas. Acorre rapaz, também cambaleante, olhos injetados, saído de um porão. Desaparecem na multidão, amparando-se.
Senhor, vendo o espanto dos brasileiros, comenta que Vancouver é muito segura, sem violência. “Há os que abusam de drogas pesadas. Mas não fazem mal a ninguém,” conclui.
Mais tarde, em movimentada avenida, outra perturbadora cena.
Aproxima-se garota com longos e desgrenhados cabelos loiros, de preto, curta saia, botas de saltos altos e finos. Carrega sobre um ombro velha sacola de plástico, não condizente com as roupas. As pernas finas parecem não sustentar o peso do corpo. Os saltos entortam.
Sacode a cabeça, como se visse fantasmas, fala sozinha. Encosta-se numa parede por minutos. Dá alguns passos e joga o rosto contra poste.
Num último esforço, inflete para a rua, ziguezagueando entre os carros em movimento. No outro lado há espécie de comércio “compra-tudo”. Tentará ela vender o que leva na sacola, para novas alucinações?
Senti inevitável atropelamento. Carro freia a centímetros, outro consegue desviar.
Chega à calçada. Apenas vejo os cabelos loiros inclinarem-se e a sacola esfarrapada escorregar.
Do ombro de farrapo humano...
PS: As legislações tornam-se cada vez mais permissivas em relação ao usuários de drogas. Aumentam, assim, o número de traficantes. Círculo vicioso...
Fonte: www.jaymecopstein.com.br
Mesmo locais classificados como de melhor qualidade de vida não conseguem combater o tráfico e, em consequência, aumenta o número de usuários.
Apenas para exemplificar, Sydney e Melbourne, na Austrália; Helsinque, na Finlândia; Montreal e Vancouver, no Canadá, classificadas entre as dez cidades de excelência para viver, enfrentam o problema.
Em Montreal, em passeio pela cidade, em ônibus turístico, belo e gramado parque é objeto de exclamações e fotos.
Tarde de sol, temperatura amena no verão canadense, pessoas deitadas na verde grama. Bucólico quadro.
O ônibus para alguns minutos. O motorista-guia quebra o encanto, em tom irônico: -“Aqui, eles deitam na grama e fumam a grama”... Se era para ser um gracejo, ninguém riu.
Dias antes, em Vancouver, o contato próximo com cenas de jovens sob efeitos de drogas causou perplexidade e tristeza.
Manhã de sábado. Antigo bairro de Gastown. Jovem magérrima caminha trôpega pela calçada. Agita braços e mãos, escabela-se, como se quisesse afastar seres invisíveis que a atacam. Cai. Tenta levantar. Cai outra vez. Sangue escorre pelas pernas. Acorre rapaz, também cambaleante, olhos injetados, saído de um porão. Desaparecem na multidão, amparando-se.
Senhor, vendo o espanto dos brasileiros, comenta que Vancouver é muito segura, sem violência. “Há os que abusam de drogas pesadas. Mas não fazem mal a ninguém,” conclui.
Mais tarde, em movimentada avenida, outra perturbadora cena.
Aproxima-se garota com longos e desgrenhados cabelos loiros, de preto, curta saia, botas de saltos altos e finos. Carrega sobre um ombro velha sacola de plástico, não condizente com as roupas. As pernas finas parecem não sustentar o peso do corpo. Os saltos entortam.
Sacode a cabeça, como se visse fantasmas, fala sozinha. Encosta-se numa parede por minutos. Dá alguns passos e joga o rosto contra poste.
Num último esforço, inflete para a rua, ziguezagueando entre os carros em movimento. No outro lado há espécie de comércio “compra-tudo”. Tentará ela vender o que leva na sacola, para novas alucinações?
Senti inevitável atropelamento. Carro freia a centímetros, outro consegue desviar.
Chega à calçada. Apenas vejo os cabelos loiros inclinarem-se e a sacola esfarrapada escorregar.
Do ombro de farrapo humano...
PS: As legislações tornam-se cada vez mais permissivas em relação ao usuários de drogas. Aumentam, assim, o número de traficantes. Círculo vicioso...
Fonte: www.jaymecopstein.com.br
Sou artista plástico, sigo seu blog e gosto de ver o que é postado aqui.
ResponderExcluirAbraço
Humberto Rosa
http://www.artviralatas.blogspot.com
Legislações devem ser revistas para mudar esse círculo vicioso. Mas a perplexidade e inoperância dos governantes diante do assunto leva a deixar tudo como está, porque nem sabem por onde começar. É necessário ouvir propostas para mudar o sistema. Bjo!
ResponderExcluir