Ave, Marias, cheias de graça, que
geram benditos frutos em vossos
ventres, que acolhem o milagre da vida.
Ave, Marias, doentes de amor,
martirizadas pelo sofrimento dos filhos,
pela cruz de cada dia, pela viacrúcis
da agonia.
Ave, Marias, que não podem
acordar dos pesadelos nem ressuscitar
os sonhos de seus filhos perdidos
no escuro das madrugadas.
Ave, Marias, que rogam por paz,
pelo sono reparador, pelas grutas
da redenção.
Ave, mães, com nomes de anjos,
como Zuzu, que marcou tecidos com
estamparias de tanques de guerra e
flores, manchas vermelhas, pássaros
engaiolados, sol atrás das grades, para
denunciar, nas peças do vestuário,
o assassinato do filho Stuart.
Ave, Marias, sem pouso, sem
manto sagrado para cobrir as chagas
de seus filhos. Ave, Amélias, que
passaram fome ao lado dos filhos e
que, muitas vezes, não tinham o
que dar de comer.
Ave, Martas, que ainda guardam
na memória um passado de
sacrifícios. Tende piedade, Senhor,
das mulheres que criam os
filhos sozinhas.
Ave, Manas, que tentam sobreviver
às tragédias. Tenha piedade, Senhor,
das mulheres que cometeram
apenas o pecado de ser mãe e de
amar incondicionalmente, sobre todas
as coisas.
Ave, mães de filhos especiais numa
sociedade tão igual, que enfrentam
o preconceito do olhar. Tende
piedade, Senhor, daqueles que ainda
rejeitam, ironizam, torcem o nariz
para as diferenças de gênero.
Ave, mães das favelas, que dormem
ao som dos tiros perdidos na
noite, que não podem ocultar a realidade
das drogas. Tende piedade, Senhor,
das mães que sentem culpa,
que remoem sentimentos, que não
sabem o pecado que cometeram.
Tende piedade, Senhor, das santas
mães, que negam mil vezes a verdade
sobre os filhos.
Ave, mães torturadas pela dor de
ver os filhos tomarem o caminho
oposto da vida. Tende piedade, Senhor,
das mães cujos filhos abraçam
projetos de morte. Tende piedade,
Senhor, das mães que choram, noite
e dia, por seus filhos.
Ave, mães que conseguiram
transpor a barreira biológica da maternidade
e adotaram filhos de coração.
Ave, Marias, que nunca tiveram
filhos, mas que criam os filhos de outras
Marias. Benditas Marias, Senhor,
que dão colo para os renegados, que
jamais conheceriam o ninho do afeto.
Benditas Marias, Senhor, que
abraçam, protegem, curam as feridas
da humanidade.
Ave, mãe terra, que agoniza e
chora neste planeta doente. Bendita
seja a água que ainda corre imaculada,
pelos rios, cachoeiras, lagoas
e mares sem a poluição dos
homens. Bendita seja a mãe terra
que dá de graça o vento, a água, a
terra, e o amanhecer de cada dia.
Bendita a mãe terra cujo ventre
não foi profanado.
Ave, mãe pátria, cheia de medo
e de lodo, que expulsa seus filhos
dos frutos do vosso ventre. Tende
piedade, Senhor, dessa mãe gigante
pela própria natureza, mas que
não aprendeu a respeitar os próprios
filhos.
Ave, mães enfermas que não conseguiram
segurar o fio da vida nem
terminar o bordado infinito da criação.
Tende piedade, Senhor, das mães
que envelhecem a cada dia, mas que
já cumpriram a sua missão.
Ave, mães que já partiram e
deixaram lições que nunca vão
morrer. Benditas sejam as mães
que erram tentando acertar, que
não têm receitas nem são santas,
mas que perdoam, compartilham,
bebem na taça rubra das emoções.
Tende piedade, Senhor, de todas
as mães que não conseguem mostrar
para os filhos que a vida não é
um paraíso, mas também não precisa
ser um inferno. Ave, mães
cheias de graça! Benditas sóis vós
entre as mulheres.
WALKYRIA
ResponderExcluirParabéns por este lindo texto.
Salvé Mães de todo o mundo.
Obrigado pela gentil visita
G.J.
Ei, Wal!
ResponderExcluirQue alegria receber a sua visita! Obrigado pelas palavras de carinho!
Lindo texto! Ah... e obrigado por acompanhar meu blog!
Desejo a você um maravilhoso dia das mães! Que a vida seja sempre feliz pra você e sua família!
Abraçãooo!
Pedro Antônio - A TORRE MÁGICA
Que lindo, Kyria
ResponderExcluirUm dia bem especial para você!!!
beijosss
AMÉM!
ResponderExcluirLinda oração!
Feliz dia das mães pra você, Mãe Kyria, que tem um jeito especial, seu jeito.
Ecobeijos