sexta-feira, 15 de maio de 2009

ROSA DOS VENTOS/ Chico Buarque


E do amor gritou-se o escândalo
Do medo criou-se o trágico
No rosto pintou-se o pálido
E não rolou uma lágrima
Nem uma lástima para socorrer
E na gente deu o hábito
De caminhar pelas trevas
De murmurar entre as pregas
De tirar leite das pedras
De ver o tempo correr
Mas sob o sono dos séculos
Amanheceu o espetáculo
Como uma chuva de pétalas
Como se o céu vendo as penas
Morresse de pena
E chovesse o perdão
E a prudência dos sábios
Nem ousou conter nos lábios
O sorriso e a paixão

Pois transbordando de flores
A calma dos lagos zangou-se
A rosa-dos-ventos danou-se
O leito do rio fartou-se
E inundou de água doce
A amargura do mar
Numa enchente amazônica
Numa explosão atlântica
E a multidão vendo em pânico
E a multidão vendo atônita
Ainda que tarde o seu despertar

Realmente, nunca é tarde!

3 comentários:

  1. Kyria , que bom, vc sabe do nosso frio,. Eu já tava achando que não ia usar casacos de lã nesse inverno, mas que nada , já estou encasacada, de boina na cabeça e aquecedor ligado.
    E Espero que hoje ao voltar pra minha casinha tenha luz, feliz do seu filhão tomar um belo banho com calor hehehhe. Bjs e bom fim de semana

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  2. Oi Kyria! desejo a vc um ótimo final de semana.
    bjk

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  3. KYRIA
    Obrigado pela amável visita.
    Gosto destas suas palavras!
    O que todos nós precisamos é de uma nova oportunidade para nos desfazer-mos das coisas inuteis, e agarrar-mos ainda com mais força as coisas boas da vida.
    Votos de bom fim de semana
    Bjs
    G.j.

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