Aguenta, amiga, as alegrias e dores que acompanham todas as mães!
O primeiro sorriso, o primeiro dentinho, as primeiras palavras e os primeiros passos, que felicidade!
Porém, e aquele cocô diferente, esverdeado, a febre subindo, a moedinha engolida, a queda da escada, a mordida de cachorro, o sarampo, a bronquite, as noites em claro, quanto sobressalto.
O dedo na tomada, a cabeça presa entre grades, a boca cheia de terra, sufocando, as dentadas no batom, os palitos de fósforo acesos dentro da caixa, a fuga na praia entre o povaréu, a mão se aproximando do escorpião... Sustos, sustos.
E o xixi, com um risinho, no melhor tapete, o vaso, herança da bisavó, quebrado, as mãos de chocolate no sofá, a água transbordando da pia fechada, os esmaltes derramados pelo piso, a tartaruga enterrada, com as patinhas para cima, as lambidas no glacê do bolo, antes da festa, os toquezinhos fatídicos no teclado do computador, os "auto-cortes" nos cabelos, o gato escondido debaixo da coberta... ah, que vontade de dar umas palmadas.
Os pequerruchos que trazem tantas alegrias, sobressaltos, sustos, iras, crescem...
Crescem, e crescem junto alegrias, sobressaltos, sustos, iras.
A leitura das primeiras frases, o primeiro cartão de dia das mães, com o desenho mais lindo do mundo, a primeira apresentação no palco da escola, os primeiros sucessos esportivos, a primeira paixão, a primeira bem-sucedida omelete, os primeiros fios de bigode, o primeiro sutiã, que alegria!
A recusa em comer verduras, o apetite por hambúrgueres com batata frita, salgadinhos, tudo coberto por melecas, a fixação por eletrônicos, as primeiras festinhas fora de casa, a primeira excursão para longe, as avaliações insatisfatórias.
Como a fita métrica que avança nos centímetros, avançam nossas preocupações.
O olho grande na chave do carro, os horários não cumpridos, as conversinhas ao celular noite adentro, a porta do quarto fechada para curtir som com o (a) coleguinha, "aquelas" perguntas constrangedoras, o "não sei se sou jovem ou criança", o ensino médio terminando, as indefinições. Tantas noites acordada... Tantos sobressaltos, sustos, vontade de dar palmadas.
Um dia eles cortam o cordão umbilical. E ficamos, todas as mães, revivendo as alegrias, e com saudade dos sobressaltos, sustos, iras, do tempo em que eles "eram nossos"...
És mãe? Aguenta tanta felicidade!
Marisa Martins - Cronista do "Jornal Cassino" de Rio Grande e" O Informativo" de Lajeado
Meus parabéns pelo seu dia das mães, especial por que dá forma a algo que deriamos comemorar ou lembrar todos os dias como vocês o fazem todos os dias sem folga ou descanço, parabéns!
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